Você já deve saber que o intestino é o órgão responsável por uma série de funções associadas à absorção dos nutrientes e da água pelo nosso corpo.
O que você talvez ainda não saiba, é que, além dessas funções, o intestino também pode ter um papel fundamental no tratamento do diabetes tipo 2.
Esse fato está relacionado com algumas características endócrinas do intestino, pois além de absorver os nutrientes, ele também é o responsável pela produção de vários hormônios relacionados à fome, saciedade e o gasto energético.
Os estudos revelam que pessoas com diabetes tipo 2 têm uma alteração na produção desses hormônios, levando a uma maior dificuldade para manter a glicemia em níveis normais.
Níveis muito altos de açúcar no sangue fazem com que diversos órgãos sejam progressivamente danificados. Esse fato pode levar à evolução da doença para quadros cada vez mais graves.
A cirurgia metabólica é uma alternativa segura para o tratamento do diabetes tipo 2, pois, dentre outras coisas, colabora com o aumento dos hormônios benéficos no intestino.
Você com certeza já ouviu falar na cirurgia bariátrica.
A cirurgia bariátrica ficou conhecida como a cirurgia da obesidade, ou cirurgia para emagrecimento através da redução do estômago.
Pessoas extremamente obesas, que não conseguiam perder, ou manter o peso perdido, passaram a usar a cirurgia como um grande recurso para melhorar da obesidade e de todos os males que a acompanhavam. Por conta disso, a cirurgia bariátrica foi rapidamente reconhecida como um tratamento altamente eficaz para obesidade.
Em pouco tempo, começaram a aparecer celebridades que tinham perdido muito peso em um curto espaço de tempo.
Mas será que as pessoas sabiam por que a pessoa perdia tanto peso em tão pouco tempo?
A lógica de “caber menos comida “no estômago da pessoa que tinha feito a cirurgia bariátrica parecia ser a mais provável.
Afinal, a pessoa passa a comer menos porque sente que tem menos espaço, sente-se saciada e tem menos fome para voltar a comer.
E ela emagrece.
Acontece, que além de perder peso, as pessoas também apresentavam melhoras em outros aspectos da saúde, como pressão arterial e glicemia, colesterol, respiração, padrão de sono, mobilidade etc.
Isso resultava em uma melhora significativa do metabolismo.
Mas como uma cirurgia para diminuir o tamanho do estômago pode acarretar uma melhora no metabolismo?
Sabe-se que os processos metabólicos estão diretamente relacionados a diversos aspectos da nossa saúde, como:
1. Níveis de glicemia
2. Hipertensão
3. Lipídios no sangue
Constatou-se que a cirurgia bariátrica apresentava um impacto positivo no metabolismo, ajudando a melhorar a saúde como um todo, colaborando com o aumento da expectativa de vida.
É aqui que voltamos a falar do intestino.
Mais precisamente, sobre os hormônios do intestino que estão relacionados a fome e saciedade.
Notou-se também um aumento da presença desses hormônios no intestino de pessoas que haviam realizado a cirurgia bariátrica.
Esse fato foi considerado uma excelente notícia para o tratamento de pessoas com diabetes tipo 2, pois eles têm uma ação direta no controle da glicemia.
Estudos posteriores mostraram que os procedimentos bariátricos são, na verdade, procedimentos metabólicos , pois têm efeitos independentes da perda de peso.
Num primeiro momento, o emagrecimento foi o benefício mais visível da cirurgia bariátrica; porém, as mudanças mais profundas resultaram em um benefício enorme para pessoas com diabetes tipo 2.
Por conta disso, a cirurgia bariátrica passou a se chamar cirurgia metabólica .
Nos últimos 8-10 anos, a cirurgia metabólica também passou a ser usada no tratamento de pessoas mais magras, com obesidade leve – IMC menor que 35 kg/m2.
A cirurgia metabólica oferece um potencial considerável para a remissão do DM2, principalmente quando os métodos comportamentais e clínicos não obtêm o resultado desejado.
No entanto, alguns conceitos importantes acerca deste procedimento precisam ser explicados, pois a cirurgia metabólica apresenta muitos benefícios para a saúde que ainda são pouco conhecidos.
Dentre eles, vale ressaltar as mudanças anatômicas provocadas pela cirurgia metabólica, que resultam em alterações em diversos hormônios intestinais responsáveis pelo controle da glicemia e do colesterol.
Estas modificações neuroendócrinas beneficiam os pacientes não somente com a diminuição do peso, mas possuem reflexos diretos no diabetes e outras doenças metabólicas.
Por conta disso, a cirurgia metabólica também ficou conhecida como cirurgia do diabetes.
Observou-se que, após a cirurgia metabólica, o controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2 ocorre bem antes do emagrecimento ocorrer.
Ou seja, as alterações endócrinas ocorrem de forma mais rápida do que o processo de emagrecimento, ajudando no tratamento de doenças ligadas a altos índices glicêmicos.
Essas alterações hormonais são tão importantes que várias novas medicações foram desenvolvidas a partir do conhecimento gerado pela cirurgia metabólica.
Outro aspecto interessante da cirurgia metabólica diz respeito à microbiota intestinal (que muita gente ainda conhece como flora intestinal).
Você sabia que existem diferenças entre a microbiota intestinal de pessoas magras e pessoas obesas?
Pois saiba que sim.
Além das alterações nos hormônios do intestino, a cirurgia metabólica provoca uma melhora na microbiota intestinal que é muito favorável ao metabolismo.
As microbiota intestinal das pessoas que têm obesidade e fazem a cirurgia metabólica passam a exibir características similares às das pessoas com menos peso.
Isso é mais um fator que colabora para a manutenção dos índices de glicose.
Como vimos, a cirurgia metabólica provoca alterações endócrinas benéficas no intestino, que ajudam no tratamento de diabetes tipo 2.
Assim, podemos definir a cirurgia metabólica como uma série de procedimentos cirúrgicos realizados no aparelho digestivo, com objetivo de tratar o diabetes tipo 2 e a síndrome metabólica como um todo.
Finalmente, o resultado da perda de peso aliada a mudanças na produção de alguns hormônios secretados pelo trato gastrointestinal, e no perfil das bactérias que vivem no nosso intestino, resultam na redução dos níveis de glicemia, da pressão arterial e do colesterol ruim.
Tudo isso se traduz em três coisas essenciais: aumento da expectativa de vida, diminuição do risco de complicações das doenças metabólicas e melhoria na qualidade de vida.
fonte: vida nova metabólica
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