A ideia do “gordinho saudável” não passa de mito. Segundo estudo conduzido por pesquisadores britânicos, pessoas obesas que não apresentem sinais de pressão alta, diabetes e outros fatores de risco – ou seja, são “metabolicamente saudáveis” – não estão livres de problemas de saúde ao envelhecerem.
Ainda não publicada, a investigação da Universidade de Birmingham foi divulgada no Congresso Europeu sobre Obesidade, realizado em maio, em Portugal. Foram analisados registros médicos de 3,5 milhões de pessoas no Reino Unido, entre 1995 e 2015.
De acordo com o jornal O Globo , os cientistas estudaram dados de pacientes obesos – com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 – que não apresentavam sinais de doenças no coração, pressão alta, níveis de colesterol alterados ou diabetes. No final do acompanhamento, verificaram que, ainda que não tivessem esses fatores, as pessoas acima do peso ideal eram mais suscetíveis a desenvolver doenças cardíacas, derrames e insuficiência, comparadas àquelas com peso normal.
A pesquisa também revelou que os obesos que pareciam saudáveis tinham risco 50% maior de desenvolver doença cardíaca do que as pessoas com peso normal. Além disso, quem estava acima do peso tinha risco 7% maior de apresentar doenças vasculares cerebrais e o dobro de risco de insuficiência cardíaca.
“A prioridade dos profissionais de saúde deveria ser incentivar e viabilizar a perda de peso em pessoas obesas, independentemente de haver ou não problemas metabólicos”, disse Rishi Caleyachetty, da Universidade de Birmingham, em depoimento à BBC Brasil.
“A chamada ‘obesidade metabolicamente saudável’ não é uma condição inofensiva”, acrescentou.
No Brasil, o índice de obesos cresceu 60% em dez anos, segundo dados da pesquisa Vigitel, divulgados pelo Ministério da Saúde em abril. Em 2006, eles representavam 11,8% da população das capitais do país, e agora já correspondem a 18,9%. Além disso, mais da metade da população brasileira está com peso acima do recomendado.
A obesidade também é o maior risco evitável de câncer no Brasil, superando o tabagismo, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Já no Reino Unido, em estudo publicado em 2014 na revista The Lancet e divulgado no site da Associação Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica ( SBCBM ), o sobrepeso e a obesidade foram apontados como responsáveis pelo aumento do risco de desenvolvimento de dez tipos de câncer entre os 22 mais comuns. Foram avaliadas 5 milhões de pessoas saudáveis durante sete anos.
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